segunda-feira, 7 de junho de 2010
Fugere urbem e aurea mediocritas
domingo, 6 de junho de 2010
Análise do poema "No meio do caminho" por Antonio Candido
No meio do caminho tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
tinha uma pedra
no meio do caminho tinha uma pedra.
Nunca me esquecerei desse acontecimento
na vida de minhas retinas tão fatigadas.
Nunca me esquecerei que no meio do caminho
tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
no meio do caminho tinha uma pedra.
Carlos Drummond de Andrade - (Revista de Antropofagia, 1928; incluído em Alguma poesia,1930)
Nota:
Antonio Candido, em seu livro Vários escritos, ao analisar o poema "No meio do caminho", explica: "... a sociedade oferece obstáculos que impedem a plenitude dos atos e dos sentimentos...
A leitura optativa a partir do terceiro verso (que se abre para os dois lados, sendo fim do segundo ou começo do quarto) confirma que o meio do caminho é bloqueado topograficamente pela pedra antes e depois, e que os obstáculos se encadeiam sem fim".