Obra rosiana: um regionalismo universal/cósmico
Ainda que Guimarães Rosa retrate o sertão das Gerais - sul da Bahia, norte de Minas e norte e nordeste de Goiás - e a gente que ali vive, em particular matutos, vaqueiros, crianças, velhos, feiticeiros, loucos -, sua obra não prioriza questões regionais, mas universais.
O sertanejo vive um impasse existencial que pode ser vivido e/ou compreendido por qualquer um, em qualquer espaço. Segundo a crítica Nelly Novaes Coelho, a personagem de Rosa é um "homem organicamente integrado no universo, e vórtice (redemoinho) em que confluem forças contraditórias". Essa personagem passa por uma crise existencial profunda, ou por uma sucessão delas, que a faz rever o seu ser e estar no mundo e, ao mesmo tempo, confrontar-se com o universo concreto, com aquilo que lhe é externo.
Prisioneira desse processo, a personagem rosiana faz um questionamento profundo e constante do sentido das coisas, da validade de certos esforços, da legitimidade das normas sociais e daquilo que é correntemente aceito como verdadeiro.
Fonte: Clenir Bellezi de Oliveira.
Um comentário:
No sertão se encontra de tudo, mais do que na cidade, muito mais do que no mundo. Essa frase é a que melhor se encaixa a obra PRIMEIRAS ESTORIAS, por que muito quantos hoje em dia nao passam por problemas em que seu maior adversario é o seu proprio EU, assim entendemos que alem de mostrar tudo aquilo que é tipico das obras desse autor, entendemos a grande reflexao do retrato interno de muitos de nós.
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