sexta-feira, 30 de abril de 2010

O convencionalismo amoroso árcade

Nos poemas árcades, o poeta não fala dos seus próprios sentimentos. Ele sempre dá voz a um pastor, que confessa seu amor a uma pastora e a convida para aproveitarem a vida em meio à natureza. Tem-se, porém, a impressão de que se trata sempre do mesmo homem e da mesma mulher. Não há variações emocionais de um poema para o outro nem de um poeta para o outro. Isso ocorre devido ao convencionalismo amoroso, isto é, os poetas não estavam preocupados em expressar seus reais sentimentos, mas em seguir o modelo de poesia clássica.

O distanciamento amoroso que havia entre Petrarca e Laura, ou entre Camões e sua amada continua a existir entre o poeta árcade Cláudio Manuel da Costa e sua Nise, entre Tomás Antônio Gonzaga e sua Marília.


Fonte: William Cereja e Thereza Cochar.

Um comentário:

Prof. Samuel Lima disse...

Bom texto Thiago! Os arcades foram uma grande escola literaria, ainda mais porque tiveram influência dos iluministas. Tiveram também, grande papel no processo de organização e adoção de concepções libertarias e republicanas na Conjuração Mineira. O que me motiva mais ainda pesquisar sobre esta escola literaria.
fugere urbem!